sábado, 30 de outubro de 2010

Michelson é entrevistado pela Folha de São Paulo

O adventista Michelson Borges se considera um moderado. Diz que ele e seus pares não negam totalmente a contribuição humana para o aquecimento global e condena as tendências "pagãs" do movimento ambientalista. Leia trechos da entrevista. (RJL)

FOLHA - Ser criacionista hoje equivale automaticamente a negar a mudança climática?
MICHELSON BORGES - É bom que fique claro que os criacionistas não negam a mudança climática e nem a parcela de contribuição humana nisso. Contudo, os que têm estudado o assunto perceberam que o aquecimento global não é totalmente provocado pelo ser humano. Trata-se de um fenômeno natural para o qual a ciência ainda não tem um modelo que possa ser corroborado pelas evidências.
FOLHA - Os meios evangélicos e adventistas brasileiros parecem seguir muito de perto as tendências que nascem nos EUA. Não é problemático aceitar um discurso que talvez tenha mais a ver com necessidades sociais e econômicas americanas?
BORGES - Os criacionistas do Brasil reconhecem que a controvérsia entre darwinistas e criacionistas nos Estados Unidos tem certo tom político, uma vez que muitos que defendem o criacionismo por lá fazem parte da chamada nova direita cristã, fortemente envolvida na vida política do país.
Mas não podemos inferir disso que todos os criacionistas estão preocupados em impor suas ideias por via política. Prova disso é a posição da Sociedade Criacionista Brasileira sobre o ensino do criacionismo nas escolas públicas: somos contra.

FOLHA - Qual o motivo teológico de ver o ambientalismo com reservas?
BORGES - Os cristãos entendem que foram incumbidos por Deus de administrar a criação, não por motivações políticas ou movidos por algum tipo de crença pagã de que a Terra seria uma divindade. Se, de fato, órgãos como o IPCC "maquiaram" informações, por que fizeram isso? O medo de que a Terra estaria com seus dias contados foi alimentado. Vimos um fenômeno: o ambientalismo se tornando uma religião urbana de alcance mundial. A pauta ambiental, ao que parece, deve gerar uma mobilização interdenominacional em torno do domingo como dia de observância religiosa e de "repouso da Terra", tendo em vista que esse dia é sagrado para a maioria dos cristãos [coisa inaceitável para os adventistas, para quem só o sábado é sagrado].

Fonte: Folha de São Paulo, 07 de março de 2010.
Nota 2: A Folha deixou de explorar mais a fundo um detalhe: as razões seculares de grande número de céticos mais qualificados do que o Enézio e eu - os mais de 30 mil cientistas "negacionistas", não do aquecimento global, mas de sua suposta origem antropogênica. Deixaram de ver toda a floresta para ver meros arbustos.[MB]

Proteja suas crianças (do Estado)

Como se não bastasse o Vaticano querendo impor por meio da lei o ensino do catolicismo nas escolas públicas (pisoteando o direito de liberdade religiosa), agora é o governo que faz das suas. Leia alguns trechos do que escreveu Reinaldo Azevedo em seu blog:

As fotos que você vê [ao lado] retratam o kit que o Ministério da Saúde, comandado pelo inefável José Gomes Temporão, envia às escolas para as aulas de educação sexual. Integram um tal Programa de Saúde e Prevenção. Em São Paulo, ele é desenvolvido em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e com os municípios. Deve ser assim no Brasil inteiro. Falta a personagem principal do kit de Temporão: um pênis de borracha que o poeta Bocage diria ser daqueles que servem mais para “mostrar do que para usar” – ele empregava outro verbo, que o decoro me impede de escrever. E, claro, decidi não publicar a imagem aqui porque não é coisa que deva ser exibida em blogs de família. Duvido que qualquer dos nossos jornais a estampasse na primeira página. Vocês entenderam: alunos de 12, 13 anos estão sendo expostos a um “material didático” que não pode ser exibido em blogs e jornais voltados para o público adulto.

De onde vêm essas fotos? Elas me foram enviadas por João Flávio Martinez, pai de uma estudante de 13 anos de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Professor, Martinez indignou-se com a forma como a tal “Educação Sexual” está sendo ministrada a crianças. Durante as aulas, digamos, práticas, meninos e meninas são convidados a vestir o pênis com a camisinha – vocês sabe: é para aprender como se usa... Só para precisar: o remédio Pozato Uni não é exatamente um anticoncepcional: trata-se da chamada “pílula do dia seguinte”.

Martinez indignou-se com a forma como as coisas estavam sendo conduzidas e foi falar com a diretora da escola estadual Pio X, Mara Cristina Pacci Lainetti. Ela teria recomendado que ele tirasse a filha da escola. Procurei a diretora, que não quis comentar o caso, nem mesmo a acusação que lhe faz o pai da estudante. Afirmou que eu deveria procurar a Secretaria da Educação. Foi o que eu fiz. A assessoria sustenta que as aulas obedecem ao rigor técnico e que há professores treinados para ministrá-las. A secretaria, evidentemente, não endossa a recomendação para que a aluna deixe a escola.

Não, Martinez não se conformou com o tratamento que lhe foi dispensado e com o método adotado nas aulas de educação sexual e redigiu uma carta aberta, entregue à escola. Seguem alguns trechos:

“Não quero nem discutir se a escola deve ou não orientar sexualmente as crianças, porque isso nem cabe discussão – a escola deve e precisa orientar sexualmente as crianças e adolescentes. A problemática gira em torno da metodologia adotada pelo Estado. Diante disso, perguntamos ao Estado:

“Será que não estamos passando do limite ao levar em uma sala de aula um pênis de borracha para que crianças de 11 a 14 anos vistam com camisinha esse objeto?

“Será que não estamos extrapolando o bom senso ao obrigar uma criança a ir a um posto de saúde e pedir uma camisinha e depois obrigá-la a colocar no tal pênis de borracha na frente de todos? (...)

“Pra que falar de pílula do dia seguinte a ouvintes tão pequenos, se o remédio é somente vendido sob prescrição médica e para maiores de idade? (...)

“Diante desse quadro vamos analisar o que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente:

“1) Quando o Estado e a Escola preparam uma metodologia ou algum projeto educacional para adolescentes, pais e responsáveis têm o direito de ser plenamente informados do que está acontecendo. (...) entendo que os pais deveriam ser informados e deveriam ter visto o KIT PEDAGÓGICO para aulas de sexo (Cf. no ECA Art. 53, parágrafo único).

“2) Essa orientação sexual deve respeitar a cultura, o ambiente, e o sistema educacional que essa criança já tem em casa (Cf. ECA Art. 58), ou seja, os valores familiares não devem ser atropelados pelas metodologias do Estado. (...)

“4) Uma criança nunca poderá ser exposta a uma cena constrangedora ou a um espetáculo que explicite objetos ou fotos pornográficos (Cf. ECA Arts. 74, 75, 77, 78, 79, 240). (...)”

Martinez está certo de várias maneiras. Acerta ao, na condição de pai, indagar a direção da escola sobre a forma como está sendo conduzida a aula de educação sexual; acerta quando considera chocante o suposto material didático, que ficaria bem, sem dúvida, numa loja de artigos eróticos; acerta quando redige a sua carta aberta; acerta quando se indigna com o fato de estudantes de 12 receberem “aulas” sobre a pílula do dia seguinte; acerta quando acusa que vários artigos do tal ECA estão sendo jogados no lixo; acerta quando aponta que a escola está se metendo em valores que são da família, onde o estado não tem de meter o bedelho. É mesmo um descalabro.

O Brasil tem uma das piores escolas do mundo. (...) A escola falha de modo miserável, escandaloso, no ensino das disciplinas que constituem a sua razão primeira de ser. Não obstante, tornaram-se verdadeiros centros de doutrinação da sexualidade. Pênis? e o número pi?

Será mesmo necessário convidar alunos e alunas a manipular em sala um pênis de borracha, vestindo-o com uma camisinha, sob o pretexto de instruí-los sobre a maneira correta de usar um e outro? Nessa idade? 12 anos? 13 anos? É uma vergonha pedagógica, intelectual e moral. Será que não há uma maneira didática de tratar do assunto, usando – vejam como sou exótico – a velha e boa conceituação? O professor de biologia agora tem de mostrar a meiose acontecendo? O professor de matemática tem de materializar o pi, o número transcendente? Será preciso pegar na mão a mitocôndria para acreditar que ela existe? Teremos de fazer Júlio César reencarnar em alguma sessão espírita?

Estupidez! Mistificação! Pilantragem intelectual! (...)

Então eu não quero que se dê orientação sexual nas escolas? Ora, é claro que elas devem se preocupar com isso. Mas resta evidente que se está fazendo tudo à matroca, na base da improvisação e do despreparo. Lamento: quem leva um pênis de borracha em sala de aula – por que não também uma vagina? – e o expõe à manipulação de crianças de 12 anos está a um passo do molestamento infantil – se é que já não caiu nele. O programa, mostram os dados, é ineficaz. E, é obvio, pretende destituir a família de suas prerrogativas. (...)

A cartilha sexual de Lula é destinada a jovens entre 13 (!!!) e 19 (!!!) anos, como se essa faixa etária existisse. Observem: estamos falando praticamente de uma criança e de um adulto, ambos expostos à mesma informação e, lamento dizer, estimulados a praticar sexo, inclusive entre si – o que pode até configurar crime. Tanto uns quanto outros lerão nas cartilhas entregues por Lula coisas assim:

- O beijo é como chocolate por "aguçar todos os sentidos" e "liberar endorfinas". E tem uma vantagem: "queima calorias", ao contrário do doce.

- Há espaço na cartilha para o estudante – de 13 a 19 anos, reitero – relatar suas “ficadas”. E o governo federal ensina que ficar compreende “beijar, namorar, sair e transar”.

- O pênis com a camisinha é chamado de “O pirata de barba negra e de um olho só [que] encontra o capuz emborrachado". A associação entre pênis e pirata merece um estudo...

- O uso dos verbos no imperativo não deixa a menor dúvida: “Colocar o preservativo pode ser uma excelente brincadeira a dois. Sexo não é só penetração. Seduza, beije, cheire, experimente!"

A cartilha de Lula é pornografia pura e simples. E eu não lastimo apenas o gosto estético de quem redigiu, mas também a saúde mental. Quem se dirige a crianças e adolescentes nessa linguagem tem problema. Precisa se tratar. Se algum adulto, na minha presença, referir-se a sexo, nesses termos, com as minhas filhas no ambiente, leva um tapão na orelha. Leva um pé no traseiro. (...)

É evidente que as coisas fugiram do controle nesse particular – em São Paulo e em qualquer lugar. Pílulas estão sendo distribuídas nos postos de Saúde a meninas, ao arrepio dos pais. Não é uma questão de moral, como pensam os imbecis, mas de saúde mesmo. E, tenho notícias, elas também conseguem com facilidade a tal pílula do dia seguinte.

As nossas escolas não ensinam matemática.
As nossas escolas não ensinam a inculta e bela.
As nossas escolas não ensinam biologia.

As nossas escolas querem ensinar moral sexual – além, claro, das aulas de "cidadania"... Há, nisso tudo, um gigantesco preconceito, porque tais programas são especialmente pensados para os chamados adolescentes de baixa renda. As políticas públicas encaram essas pessoas como coelhos e cães na fase do cio das fêmeas. Sei que é uma surpresa para muita gente, mas o povão também tem valores – eu diria até que, em questões morais, eles podem ser mais rígidos (não quer dizer necessariamente melhores) do que os dos mais abastados.

A abordagem politicamente correta dessa questão, por incrível que pareça, apenas veste uma roupagem social, humanista e progressista num velho preconceito de classe: “O povo só pensa em fornicar. Precisamos dar um jeito de impedir que se reproduza.”

Crianças, novelas e sexualidade precoce

A atividade sexual precoce em adolescentes pode estar relacionada a quantidade de conteúdo maduro que eles assistem na TV. Quanto mais cedo são expostas a esse tipo de programa, mais cedo começam a ter relações sexuais. “Televisão e filmes são as maiores fontes de informação sobre sexo e relacionamentos para um adolescente”, explica Herman Delgado, autor do estudo. “Nosso estudo mostra que suas ideias e expectativas sobre sexo são influenciadas mais cedo.” O estudo consistiu na observação de 754 participantes, meninos e meninas, que foram observados na infância e na adolescência (até os 18 anos de idade). A cada estágio, eles analisavam os programas que eles viam e a quantidade de tempo que passavam na frente da TV.

De acordo com os resultados, quando uma criança de 6 a 8 anos é exposta a conteúdo adulto, cada hora que ela passa assistindo a esses programas aumenta a chance de ela ter relações sexuais mais cedo em até 33%.

“Entretenimento adulto trata de problemas muito complexos e muitas vezes sexuais. Uma criança não tem nem a experiência de vida e nem o desenvolvimento cerebral para diferenciar a realidade da situação de um filme, por exemplo”, declara Delgado. “As crianças aprendem dos meios de comunicação e quando são expostas a referências sexuais, tendem a ter relações mais cedo.”

Como a própria classificação indicativa já alerta NOVELA NÃO É COISA DE CRIANÇA, tenha juízo e não exponha seus filhos. [Aliás, não se exponha.]

Sexualidade precoce

A revista IstoÉ [da semana passada] trata dos riscos do sexo precoce. A reportagem faz uma discussão ampla, incluindo os perigos da erotização de crianças e adolescentes na era da internet. O principal gancho da reportagem é um vídeo erótico com crianças, que foi veiculado na internet. O vídeo provocou um escândalo na pequena cidade gaúcha de Ibirubá. Uma menina de onze anos e um garoto de 14, com ajuda de um coleguinha, produziram um vídeo de sexo explícito. O que era pra ser uma brincadeira, vazou pela internet e causou um estrago nas famílias dos envolvidos. Com a reportagem, a revista IstoÉ procurou alertar os pais e educadores sobre os riscos da sexualidade precoce. (...)

Os pais, quase sempre, têm enorme dificuldade para tratar dos temas envolvendo a sexualidade. Por isso, são surpreendidos quando descobrem que os filhos já têm vida sexual ativa. E ficam ainda mais assustados e desorientados quando aparece uma notícia de gravidez.

Por mais que muitos pais queiram negar, a garotada inicia cada vez mais precocemente a vida sexual. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que, entre os meninos, 47% dos menores de 15 anos já tiveram a primeira experiência. Isso significa quase metade deles. Já o índice de meninas é de 33%.

Isso acontece por várias razões. A mídia é uma delas. Vivemos uma cultura extremamente erotizada. Por conta dos desenhos, filmes, novelas, jogos e revistas para adolescentes, nossos filhos acabam tendo uma visão distorcida do sexo. Isso desperta neles o desejo sexual. E contra a natureza, nem sempre argumentos são eficientes.

A internet também facilita o acesso das crianças a conteúdos proibidos. A reportagem da IstoÉ cita que essa menor de onze anos aprendeu com filmes pornôs disponíveis na internet e aparece fazendo na sequência de cenas do vídeo caseiro.

Além disso, há pais que estimulam os filhos à sexualidade. Tem pai que ainda faz uso de ditados baixos como aquele: “Prendam suas cabras, pois o meu bode está solto.” Esses homens acham bonito o filho ter fama de namorador, de “pegador”. Também existem mães que ficam orgulhosas de ver as meninas vestidas e maquiadas como moças, mesmo quando elas ainda têm apenas onze ou doze anos.

Sabe, amigo, o contexto social colabora para a sexualidade precoce. E, por parte da sociedade, não é possível esperar mudanças. É utopia acreditar que voltaremos ao mundo da inocência. Entretanto, ainda é possível evitar surpresas desagradáveis. Mas isso depende muito dos pais.

E quando falo do comportamento ativo dos pais, não estou sugerindo um clima de aquartelamento em casa, com proibições absurdas, regras fora de contexto e punições exageradas. Falo da necessidade de confiança, capacidade de dialogar. Mas dialogar não é só fazer discurso, é fundamentalmente ouvir os filhos. E, hoje, os pais precisam estar ligados às novas tecnologias. Monitorar o que os adolescentes fazem na internet, o que falam no MSN, o que publicam no Orkut é necessidade básica. Pais alheios a essas tecnologias certamente ficam de fora da vida dos filhos. Quase sempre são facilmente enrolados pela garotada. E, detalhe, essa ignorância nas tecnologias é muitas vezes a porta de entrada dos filhos para uma vida sexual precoce.

(Ronaldo Nezo, Fato Pensado)

Os bonzinhos só se dão mal? Não necessariamente...

 Não necessariamente
"Só me ferro"
“Só me ferro”
Bonzinho só se dá mal? Você mesmo já deve ter soltado essa várias vezes (talvez, trocando o “se dá mal” por algo mais acalorado – normal). Mas sabe essa coisa de se sentir o eterno loser por ser o “nice guy”? Está errada. (A tal máxima, “nice guys finish last”, é atribuída a um treinador de baseball norte-americano, Leo Durocher, que teria dito sobre o time adversário, em 1939: “Olhe para eles! São todos bons rapazes, mas vão terminar por último. Bons rapazes. Terminam por último.”)
Pesquisadores da Universidade do Texas, em Arlington (EUA), dizem que ser bonzinho é, surpreendentemente, bom – pode confiar! “A cultura popular descreve o ’ser bonzinho’ como uma desvantagem social. Mas pesquisas apontam que a agradabilidade está associada a uma série de vantagens”, contam.
Segundo os especialistas, ser um “nice guy” leva a amizades de melhor qualidade, torna a pessoa um pai (ou mãe) melhor, melhora a performance acadêmica e profissional e ainda dá um gás na saúde. O argumento do estudo é que ser bonzinho, ao contrário do que a gente costuma pensar, não é o mesmo que ser facilmente influenciável, nem algo causado por “desejabilidade social” (quando você tenta agradar os outros para ser aceito). “A agradabilidade pode ser o caminho para garantir relações interpessoais duradouras, felicidade, sucesso e bem-estar”. É ciência.

NOTA: Desde guando agradar faz de você uma pessoa aceitável? O caminho andado é sem sombra de dúvidas uma caminhada estudada e equilibradamente concisa e criteriosamente motivada pela certeza de está fazendo o seu próximo se sentir bem. (MF)

Tem horas que não tiro a razão de alguns ateus...

 


O "comercio evangelico" dos milagres ou bençãos de Deus está cada vez mais proximo de você... é com clareza que observamos os aumentos dos  comerciais a venda dos milagres divinos... cuidado!!! você pode ser a proxima vitima!!!!!!!!

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:24).

Dá certo política e religião?

Brasil - Vaticano: um acordo "gravíssimo"

Na contramão do mundo, o presidente Lula entra no campo religioso longe dos olhos da sociedade brasileira. Em novembro de 2008, ele foi a Roma e viu o papa. Foram 24 minutos de conversa privada no escritório privativo de Bento 16. "Muito obrigado, presidente, pelo acordo que será assinado hoje", agradeceu o representante de Deus na Terra [sic]. Não era um encontro de estadistas. Era uma reunião do chefe supremo da Igreja com o líder popular da maior nação católica do mundo (125 milhões de fiéis entre 190 milhões de brasileiros). O agradecimento tinha sentido porque o Brasil se rendia a anos de pressão do Vaticano para ampliar a força do ensino religioso nas escolas públicas do ensino fundamental. O papa não conseguiu tornar "obrigatório" o ensino, mas formalizou uma intrusão impensável nas escolas de um país que se diz laico e soberano.

O arcebispo Dominique Mamberti, chanceler das Relações Exteriores do Vaticano, tentou disfarçar: "Não são privilégios porque não se pode chamar de privilégio o reconhecimento de uma realidade social tão importante como é hoje em dia a Igreja Católica no Brasil." Diplomático, o bispo defendeu-se: "O acordo não afeta em nada os cidadãos de outros credos, já que garante o pluralismo religioso, assim como o laicismo saudável." O Brasil não se espantou com a condicionante, talvez por ter padecido muito tempo da "democracia relativa" dos militares, que guarda certa isonomia com o "laicismo saudável" dos padres.

O acordo de 20 artigos parecia inspirado pelos diabólicos atos secretos do Senado brasileiro: estranhamente, não foi discutido previamente com o principal interessado, a sociedade brasileira. "É uma autêntica Concordata com a Santa Sé que, além de ter sido preparada na clandestinidade, sem qualquer aviso ou debate, confronta o espírito da Carta Magna e os fundamentos de um Estado secular", protestou o jornalista Alberto Dines. "Por que o sigilo? Que tipo de pressão o governo sofreu? Como o presidente Lula faz isso sem abrir para a discussão?", perguntou a professora Roseli Fischmann, que coordena há 20 anos o grupo de pesquisa "Discriminação, Preconceito, Estigma" da Universidade de São Paulo (USP). Falando ao portal iG, Fischmann classificou o acordo de "gravíssimo" pelo que representa: "É uma violência à pluralidade de crenças da população, fere a democracia e cria cidadãos de segunda classe – o católico e o não-católico."

Por trás dos sorrisos de Bento e de Lula paira uma nuvem pesada, segundo a professora: "O acordo não contempla a liberdade de consciência. Não querer dar religião para os filhos é o direito da família. Isso não os torna menos cidadãos brasileiros. Ser ateu ou agnóstico é um direito de foro íntimo. É absolutamente estigmatizador e criará a cultura de que não é íntegro quem não teve ensino religioso."

Um dos maiores riscos, segundo a pesquisadora da USP, está no fim do documento, no Art. 18, que reza: "O presente acordo poderá ser complementado".

Fischmann traduz a ameaça ali inoculada: "Isso dá espaço para que a Igreja intervenha em questões como o aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo, pesquisas com células-tronco, entre outras" [e aqui mora o perigo para outros cristãos não-católicos]. A professora deposita sua fé no Congresso Nacional, que precisa ratificar o acordo quase confessional firmado entre Lula e Bento 16: "Se ele passar no Parlamento, o Brasil dá poder à Igreja e veta a si mesmo. É preciso uma grande movimentação para que os parlamentares compreendam que o acordo contraria a Constituição e volta o Brasil 120 atrás, quando a República separou Igreja e Estado."

O jornal Correio Braziliense mostrou em três edições (12 a 14 de julho) que os temores insinuados em Roma já assombram as escolas brasileiras. Um estudo inédito – "Ensino religioso: qual o pluralismo?" –, financiado pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Comissão de Cidadania e Reprodução, prova que a Igreja já transborda os limites da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que determina como facultativo o ensino da religião e limita suas aulas a alunos do ensino fundamental. Na prática, porém, só metade dos 27 estados brasileiros cumpre a lei, restringindo o ensino religioso às escolas da 1ª à 8ª série, sem incluir a disciplina na carga obrigatória de 800 horas anuais. Oito estados (entre eles RS, PR, BA e DF) estendem as aulas de religião ao ensino médio ou infantil, outros oito (entre eles SP, PE, CE e PA) contabilizam a disciplina na carga obrigatória, desrespeitando o caráter facultativo da lei.

(Parte o artigo "O Brasil entra em campo", publicado no Observatório da Imprensa)

Nota: Céticos, agnósticos e ateus se exasperam com esse acordo. Mal sabem eles que essa é exatamente a trilha por onde os eventos finais caminham. Já estava tudo bíblica e profetimente previsto. O Estado voltará a dar as mãos à Igreja Romana. Esse acordo com o Brasil é apenas um ensaio disso. Leia o livro O Grande Conflito, escrito há um século. Você terá algumas surpresas!!!!!